Elon Musk afirma que a proporção de contas falsas no Twitter é mais que o dobro do que a empresa afirma. Em um documento legal, o CEO da Tesla e da SpaceX disse que mais de dez por cento dos usuários monetizáveis ativos na plataforma não são pessoas reais. São bots ou contas de spam. A rede social há muito sustenta que essas contas representam menos de cinco por cento de sua base de usuários ativos.
Elon Musk afirma que 10% dos usuários do Twitter são falsos
O pedido legal de Musk veio como uma resposta ao processo do Twitter que buscava uma ordem judicial obrigando-o a concluir a compra proposta da empresa. O bilionário concordou em comprar o site de microblog por US$ 44 bilhões em abril. Mas logo depois que o acordo foi anunciado, ele começou a expressar dúvidas sobre contas falsas. Musk alegou que o Twitter está denunciando falsamente seus usuários ativos, algo que também foi pego fazendo no passado.
Uma longa discussão pública se seguiu, com Musk ameaçando sair do acordo se o Twitter não compartilhar mais informações sobre sua metodologia de contagem de contas falsas. A rede social deu-lhe acesso a algumas ferramentas internas mas o resultado não foi positivo. Musk acabou anunciando que está encerrando o acordo porque a empresa ocultou informações.
Como esperado, o Twitter não o deixou recuar tão facilmente e entrou com uma ação contra ele. A empresa alegou que Musk está abandonando a aquisição proposta por causa da turbulência do mercado de ações após o anúncio do acordo. A preocupação com contas falsas é infundada, sugeriu a rede social. Um investidor do Twitter também se juntou à empresa contra o potencial novo proprietário e seu maior acionista.
Musk respondeu formalmente ao processo do Twitter com um contra-arquivamento. Foi mantido em sigilo por cerca de uma semana. Mas agora sabemos o que o chefe da Tesla afirmou em seu contador, graças ao The New York Times. Além de alegar que o Twitter tem mais de dez por cento de bots, Musk também alegou que a empresa não veicula anúncios para todos os seus usuários ativos “monetizáveis”. Quase 30% de seus 229 milhões de usuários ativos no primeiro trimestre deste ano não viram anúncios. O Twitter escondendo esses detalhes induziu Musk a concordar em comprar a empresa por “um preço inflacionado”, afirma o contra-arquivo.
Twitter voltou a atacar
Logo após o contra-arquivamento de Musk, o Twitter respondeu com outro pedido legal. A empresa mencionou que Musk usou uma ferramenta não confiável para medir a proporção de contas falsas na plataforma. Está se referindo ao Botometer, uma ferramenta que já considerou sua conta no Twitter “altamente provável de ser um bot” também.
“Suas alegações são factualmente imprecisas, juridicamente insuficientes e comercialmente irrelevantes”, disse Bret Taylor, presidente do conselho do Twitter. Um julgamento acelerado desta saga Twitter vs. Elong Musk começa em 17 de outubro deste ano. Mas podemos estar em uma longa batalha legal. O tempo dirá quem sai por cima.